Asneirada que faz bem
Estava eu a lembrar-me de bons momentos passados em família, em que o meu avô com as suas piadas habituais decidia dizer a palavra “Traque” para delírio dos mais pequenos, quando comecei realmente a reflectir sobre o desenvolvimento das asneiras na psique do ser humano.
Quando começamos a falar, e ainda somos pequenos petizes, qualquer palavra que seja pouco utilizada é potencialmente uma asneira, principalmente palavras que não conhecemos. Quando dizemos a uma criança dos seus 4-5 anos qualquer palavra terminada em “rreia”, “i”, “oca” ou “ó” é garantia de uma bela gargalhada infantil.
Exemplos de palavras que fazem rir as crianças e que elas utilizam como asneiras:
- Cocó – Xixi – Diarreia – Ranhoca – Pum - Pipi
Crescendo um pouco mais vamos pondo de lado estas palavras como sendo normais, e passamos a rir-nos de palavras mais sofisticadas e na pré-adolescência já só achamos piada a “asneiras” como: Traque, Bóbó, Merda, Escarra, etc.
Quando atingimos a idade adulta, perde-se toda a inocência e utilizam-se as asneiras de hoje em dia, que toda a gente sabe e não é preciso referir (sim todas aquelas mais hardcore que vocês utilizam quando fazem “o amor”).
Engraçado é verificar que dentro de determinados contextos apenas a utilização da palavra em voz alta é suficiente para provocar gargalhadas (para o seu público etário). Por exemplo para os mais novos é suficiente dizer-se com adultos à volta “cocó” para os restantes petizes começarem a rir a bandeiras despregadas (num próximo post falarei destas expressões populares ilógicas). Num grupo de adolescentes basta um “espirrar” no meio de uma aula de história (ou qualquer coisa) a palavra “cona” para ser risota geral. Nos adultos basta alguém dizer “Mário Soares” num contexto de presidenciais para provocar enormes gargalhadas ou “Estádio Alvalade” num contexto de estádios de futebol.
Rir é o melhor remédio!